
ODONTOLOGIA DO SONO
A Dra. Rita é especialista em Odontologia do Sono, e trata os distúrbios respiratórios obstrutivos do sono, em adultos e crianças, relacionados a formação das estruturas faciais, tendo como tratamento o controle da apneia obstrutiva do sono e o ronco com aparelhos intraorais.
A Dra. Rita Geske é especialista em Odontologia do Sono, e trata os distúrbios respiratórios obstrutivos do sono, em adultos e crianças, relacionados a formação das estruturas faciais, tendo como tratamento o controle da apneia obstrutiva do sono e o ronco com aparelhos intraorais.
Nas crianças é feito o diagnóstico para detectar alterações no crescimento das arcadas e do terço inferior da face. Essas são situações marcantes na etiologia do ronco e da apneia obstrutiva do sono em crianças, assim como do bruxismo. As crianças podem apresentar atrésia das arcadas (estreitamento latero-lateral), mandíbula retroposicionada e dentes mal posicionados. Esses são os fatores que levam a um menor espaço intraoral para a língua e estruturas associadas e a uma base nasal estreitada. A Dra. Rita irá fazer um plano de tratamento para intervir em cada caso, sugerindo aparelhos ortodônticos e ortopédicos funcionais. Pode ser necessário, também, uma parceria com Otorrinolaringologia e Fonoaudiologista para um tratamento mais eficaz.
Nos adultos, a avaliação das estruturas faciais comprometidas também faz parte do diagnóstico da Dra. Rita. O controle é feito com aparelhos intraorais que se mostram efetivos em pacientes com quadros mais leves e moderados do distúrbio. Para casos graves, podem ser indicados outros tipos de tratamento como CPAP ou cirurgia, que podem curar ou amenizar de forma bastante expressiva esse problema.
Conheça o Aparelho para ronco e apneia do sono, e o tratamento para bruxismo.
APARELHO PARA RONCO E APNEIA DO SONO
A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é caracterizada por episódios recorrentes de obstrução parcial ou total da Via Aérea Superior (VAS) durante o sono. Sendo identificada pela redução (hipopneia) ou ausência (apneia) de fluxo aéreo apesar da permanência dos esforços inspiratórios, normalmente acompanhada da redução da saturação de oxigênio no sangue e seguido de um despertar para respirar.
O sono tem importante papel na liberação hormonal, regulação de glicose e função cardiovascular. Os distúrbios respiratórios, como a AOS, alteram o padrão e a qualidade do sono em virtude dos despertares frequentes, que causam a fragmentação do sono e suas consequências.
Pacientes portadores da doença podem apresentar sonolência excessiva diurna, cansaço, fadiga, roncos altos, relatos de pausas respiratórias durante o sono, cefaleia matinal, alteração de humor e dificuldade de concentração.
Estudos brasileiros, revelam a prevalência de até 32,8% de AOS na população adulta.
Diversos estudos populacionais demonstram que a AOS é mais comum em homens, na faixa etária de 50 anos, incidindo de 3 a 5 vezes mais do que nas mulheres. O índice de massa corpórea (IMC) acima de 35Kg/m² e o aumento da circunferência cervical, sendo 43 nos homens e 38 nas mulheres, também são preditores da doença.
Alterações craniofaciais e anormalidades faríngeas podem reduzir o calibre das vias aéreas superiores levando a obstruções durante o sono.
Ademais, o tabagismo, a ingestão de bebidas alcoólicas, o refluxo gastroesofágico e alguns fatores hormonais, tais como, hipotireoidismo, menopausa e gravidez, também têm sido associados à presença de AOS.
A gravidade da Apnéia Obstrutiva do Sono leva em consideração o índice de apneia e hipopneia (IAH) obtido no registro polissonográfico e a repercussões dos sintomas na vida social e profissional dos pacientes. Deste modo, a AOS é considerada leve quando for detectado 5 a 15 eventos respiratórios obstrutivos por hora de sono; e a sonolência diurna ou episódios de sono involuntários ocorrem durante atividades que exigem pouca atenção como assistir televisão, ler ou andar de veículo como passageiro. É considerada moderada quando o IAH está entre 15 e 30 eventos por hora de sono e a sonolência ocorre durante as atividades que exigem alguma atenção como em eventos sociais (reuniões). E, é considerada grave, quando o IAH encontra-se acima de 30 eventos por hora de sono, e a sonolência ocorre durante as atividades que exigem maior atenção como comer, caminhar, conversar ou dirigir.
A polissonografia (PSG) é um exame não-invasivo que avalia o sono habitual do indivíduo, durante uma noite inteira, realizado preferencialmente em um laboratório de sono, na presença de um técnico habilitado e sob supervisão de um médico especialista em medicina do sono.
O paciente portador de AOS, quando não tratado, possui o risco aumentado para o desenvolvimento de diversas comorbidades de maneira sistêmica no organismo.
O impacto sistêmico dessa doença pode desencadear consequências nos sistemas cardiovascular, metabólico e neurocognitivo.
A odontologia se destaca entre as equipes multidisciplinares, os quais trabalham no diagnóstico e
tratamento dos distúrbios do sono, em especial, Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) e o Bruxismo.
Um dos tratamentos para Apneia obstrutiva do sono é o Aparelho intraoral. Se trata de um dispositivo utilizado na cavidade oral durante o sono, o qual promove a modificação da posição da mandíbula, da língua e de outras estruturas de suporte, aumentando o calibre da via aérea, em pacientes com ronco e apneia.
O tratamento com Aparelho Intraoral apresenta melhores resultados em pacientes com ronco primário, síndrome de resistência das vias aéreas superiores (SRVAS) e Apnéia Obstrutiva leve e moderada.
Também podem ser indicados em casos de Apnéia Obstrutiva moderada e grave, com intolerância ou falência ao tratamento com CPAP( que é um aparelho de pressão positiva continua, instalado por fisioterapeutas).
O dispositivo intraoral é contra-indicado em, disfunção temporomandibular grave, condições dentais inapropriadas e doença periodontal grave.
A expansão rápida da maxila (ERM) e o avanço mandibular em crianças tem sido usado como tratamento para a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono. A expansão e/ou o avanço mandibular aumenta a largura da maxila/mandíbula , reduz a resistência nasal e aumenta a capacidade intra-nasal, melhorando a passagem do ar, da postura de língua e função do palato mole.
É muito importante que os pais ou responsáveis estejam atentos, e levem seus filhos ainda na fase de crescimento a um ortodontista/ortopedista ou especialista em sono para avaliar a necessidade da correção das bases ósseas, pois após a vida adulta a correção se da por via cirúrgica enquando que quando criança ou adolescente um tratamento menos invasivo é necessário.
BRUXISMO DO SONO
O bruxismo do sono se caracteriza pela ação repetitiva da atividade dos músculos mastigatórios caracterizada por apertar ou ranger os dentes.
Segundo a classificação internacional dos distúrbios do sono (ICSD) o bruxismo é considerado um distúrbio do movimento relacionado ao sono e pode estar associado a comorbidades, como apneia obstrutiva do sono (AOS), doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e insônia. Pacientes com altos níveis de estresse têm quase seis vezes mais chances de relatar Bruxismo.
A etiologia do bruxismo pode ser primária ou secundária, sendo que o Bruxismo primário não tem uma causa médica evidente, e o secundário se manifesta secundariamente a um distúrbio neurológico, psiquiátrico, Apneia Obstrutiva do Sono, medicação e drogas de abuso. O bruxismo do sono atinge cerca de 30% da população brasileira.
O bruxismo do Sono pode provocar diversos problemas que, em sua maioria, atingem o aparelho mastigatório, como o desgaste dental anormal, dor nos dentes, dor nos músculos faciais, cefaleia, quadro de disfunção temporomandibular, entre outros.
A opção de tratamento mais utilizada no bruxismo é a placa miorrelaxante ou estabilizadora, a qual tem como objetivo proteger os dentes para evitar fraturas e dor intensa.
A placa de bruxismo deve ser elaborada individualmente para cada paciente. O material mais indicado é o acrílico, com contatos oclusais balanceados e uniformes.
Quando a apneia obstrutiva estiver associada, não deve ser feito o uso de placas miorrelaxantes e sim o dispositivo intraoral para apnéia obstrutiva do sono.
Alguns casos pode estar indicado a aplicação de toxina botulínica para diminuir temporariamente a força e a intensidade da atividade muscular dos músculos masseter e temporal que se encontram em hiperatividade.
Em algumas situações o tratamento farmacológico deve ser empregado, lembrando que o tratamento para o Bruxismo do Sono, deve ser feito de forma multidisciplinar, e que o cirurgião dentista capacitado não deve apenas fazer o uso de placa miorrelaxantes, toxina botulínica ou de dispositivo intraoral em casos de bruxismo secundário de origem da apneia, e sim encaminhar o paciente para outros profissionais médicos que possam tratar em conjunto a causa secundária desse distúrbio.
Muitas vezes, a melhora do Bruxismo do Sono com o tratamento da condição associada confirmará a relação e
estabelecerá um diagnóstico mais preciso.
